Ministério Público Federal pede suspensão das alterações no Plano Diretor de Torres
Litoral Norte
Publicado em 31/01/2023

Embasada em pareceres técnicos enviados pelo Instituto Curicaca, a Procuradoria do Ministério Público Federal de Capão da Canoa ajuizou uma ação civil pública contra a Prefeitura Municipal de Torres. A ação pede, em caráter liminar, a suspensão dos trâmites para aprovação do Novo Plano Diretor de Torres até que sejam apresentados estudos suficientes acerca do impacto na fauna e na flora da área de dunas e na faixa de praia (áreas da União) com a alteração dos limites para construções civis no local.

Em agosto de 2022, o Instituto Curicaca denunciou ao MPF que os planos da prefeitura de Torres seriam conflitantes com a legislação ambiental. E após o juiz reunir as partes e solicitar apresentações sobre as intenções da prefeitura e os possíveis impactos, houve este recente pedido de suspensão dos trâmites do documento referente ao Plano Diretor.

Para o procurador André Casagrande – conforme reportagem publicada no portal Sul 21 – os pareceres de Doutores pesquisadores (especialistas em ecologia de aves limícolas, de lagartos arenícolas e roedores subterrâneos), que até agora manifestaram sua preocupação com os impactos, justificam que as dinâmicas sejam paralisadas para que estudos sobre o impacto na biodiversidade da Orla Marinha sejam realizados, subsidiando ajustes que possam ser necessários.

“No documento de denúncia, a entidade ambientalista afirma que a proposta prevê adensamento em vários balneários localizados ao sul do município sem, entretanto, considerar a capacidade de tratamento de efluentes cloacais, o que apresentaria alto potencial de poluição de águas marinhas”, destaca a Matéria do Sul 21.

A comunicação do Instituto Curicaca – em publicação feita em suas redes sociais nesta segunda-feira (30) – afirma que o sombreamento das dunas frontais, o aumento da urbanização sobre os campos de dunas, mudanças nas dinâmicas de circulação do ar e de umidade do solo deverão afetar a reprodução e a estabilidade de populações de espécies ameaçadas de extinção em Torres, espécies estas que são alvos de conservação em Planos de Ação Nacional para a conservação da biodiversidade brasileira. “Os impactos apontados até o momento são na capacidade de regulação térmica, desenvolvimento dos ovos e filhotes, qualidade de túneis subterrâneos, barreiras à conexão entre grupos, dentre outros”.

 

Fonte: A Folha

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