Aconteceu na tarde desta quarta-feira(09), na Sala da Presidência da Assembleia Legislativa, a entrega da Medalha da 56º Legislatura em reconhecimento ao legado da idealizadora do Forno Comunitário Madre Assunta em Capão da Canoa, Maria José Matos da Silva, Dona Zezé in memorian. A proposição foi do deputado Luciano Silveira (MDB). Dona Zezé faleceu no dia 8 de julho deste ano.
Na ocasião da entrega, a filha da Dona Zezé, Gislaine Matos da Silva disse que Dona Zezé nunca buscou reconhecimento e agradeceu a homenagem. Gislaine disse que pretende dar continuidade ao trabalho dela com muito amor e carinho.
O deputado Luciano Silveira salientou que o momento foi muito importante. “ Dona Zezé é um sinônimo de solidariedade e ela tinha muita fé e força de vontade. Dona Zezé era uma gigante e colaborou de diversas formas com a comunidade de Capão da Canoa e temos um grande desafio, pois não iremos deixar as pessoas que ela auxiliava.” Disse o deputado.
Quando moradora de Gravataí, ingressou em projeto num clube de mães coordenado por um padre e que tinha como objetivo alimentar os mais necessitados. Ela participou de toda a construção do projeto de um forno comunitário, que faria a distribuição de pães de forma gratuita, entretanto quando o forno já estava pronto e iria iniciar o trabalho, Dona Zezé precisou mudar-se para o litoral Norte, no município de Capão da Canoa. Ela nunca esqueceu aquele projeto lindo, e nos percalços da vida ficou viúva com 41 anos e com 4 filhos pequenos, inclusive uma bebê na época e passaram muito trabalho, até fome.
Dona Zezé batalhou e criou seus filhos e sempre estava envolvida com grandes projetos para a comunidade, mas nunca dentro da política pública. Realizou o abaixo assinado que deu origem ao posto 24 horas do município de Capão da Canoa, também realizou a limpeza do Arroio da Pescaria, que foi o arroio que deu início ao nome do município, que mais tarde foi alterado para o atual nome Capão da Canoa. O arroio permanece limpo até hoje e inclusive ganhou uma figueira plantada em homenagem a ela.
Dona Zezé nunca deixou aquele sonho dos pães, só estava adormecido e, incentivada por Rubenir Fernandes e, com sua parceria, deram início à estruturação do forno comunitário nos fundos de sua residência. A inauguração foi em 06/08/1997, com a configuração de 10 mães que recebiam os ingredientes e faziam o seu pão, mas logo Dona Zezé percebeu que não daria certo, pois um pão crescia mais que o outro e gerava desconforto entre as mães e então ela criou um grupo de voluntárias que faz todos os pães e distribui as famílias cadastradas. Esse trabalho é realizado há 26 anos semanalmente e cerca de 1.000 pães por semana e com 150 famílias cadastradas. Cada bairro tem uma casa ponto que é onde as famílias pegam o seu pão. O forno comunitário da Dona Zezé tem a denominação de Madre Assunta.
Nosso site usa cookies e outras tecnologias para que nós e nossos parceiros possamos lembrar de você e entender como você usa o site. Ao continuar a navegação neste site será considerado como consentimento implícito à nossa política de privacidade.