Integrando a programação do Agosto Lilás, a Prefeitura Municipal de Arroio do Sal, por meio da Secretaria de Cidadania, Trabalho e Desenvolvimento Social e da Coordenadoria da Mulher, inaugurou nesta sexta-feira (15), o assento que simboliza a memória das vítimas e orienta como denunciar os casos de crimes. O espaço público escolhido para receber o projeto foi a Praça da Emancipação, anexa à sede da Prefeitura.
A abertura do evento contou com a apresentação do coral municipal Vozes Iluminadas e reuniu autoridades, moradores e convidados, entre eles: a coordenadora estadual do projeto, Denise Artemi; a presidente do Ilê Mulher de Arroio do Sal, Rose Castilhos; o padre Edson Maxy; Dom Jaime Pedro Kohl; além de integrantes do movimento vindos de municípios como Cidreira, Balneário Pinhal e Torres. Esse projeto italiano, desenvolvido pelo movimento Stati Generali delle Donne (Estado Geral das Mulheres, em português), já está presente em países como Estados Unidos, Emirados Árabes, Mongólia, Espanha, Áustria, Vietnã, Austrália e Argentina.
No Brasil, a coordenadora Denise Artemi implantou a proposta em 2024. Durante a sua fala, a representante destacou que busca expandir a iniciativa para outras regiões do estado. “Infelizmente, enquanto eu vinha para Arroio do Sal, foi divulgado na rádio mais um caso de feminicídio aqui na região, em Imbé. Esse é um projeto simples, sem custo, mas com grande impacto. Ele mantém viva a memória das mulheres vítimas e atua como um ato político de enfrentamento. Levamos também o “Banco Vermelho” para as escolas, para que as crianças aprendam desde cedo sobre respeito, valores e direitos iguais”, explicou.
Conscientização nas escolas
O prefeito Luciano Pinto reforçou a importância de conscientizar os mais jovens e o público masculino sobre os direitos femininos. Em sua fala, parabenizou Denise por trazer o projeto ao Brasil e reafirmou o compromisso da gestão municipal com as políticas de defesa das mulheres. “A violência contra a mulher vira questão cultural quando não implantamos políticas públicas e tomamos as devidas providências. Muitas vezes, o problema se dá nos lares, onde a mulher sente medo de fazer a denúncia. Por isso, ser o primeiro município do litoral a adotar a campanha é uma alegria, porque representa o nosso protagonismo”, disse Luciano Pinto.
A secretária Gilséia de Oliveira destacou que a proposta é instalar mais bancos em outros espaços públicos da cidade, levando a conscientização para o nível educacional. “Quero aproveitar para confirmar que iremos expandir esse projeto para as nossas escolas da rede e os postos de saúde. Além disso, não posso deixar de mencionar a autonomia para escolher a Patrícia Moyano Nascimento, a coordenadora da Mulher, que está fazendo um ótimo trabalho”, complementou a secretária.
Canais de denúncia
A campanha é mais do que um marco visual perpetuado em espaços públicos: o assento instalado na Praça da Emancipação evidencia os telefones nos quais as mulheres de Arroio do Sal podem fazer suas denúncias. “Banco Vermelho” é a tradução para “Panchine Rosse”, projeto originário na Itália, em 2006. A campanha tem como base três funções principais: educativa, ao promover debates e reflexões sobre o feminicídio; protetiva, ao orientar e divulgar canais de denúncia; e servir de memorial, homenageando as vítimas.
Aos poucos, o vermelho vivo simbolizando o sangue de todas as mulheres que perderam suas vidas por conta violência, foi conquistando o mundo e hoje está presente em mais de 30 países. Acompanhando a mensagem trazida pelo “Banco Vermelho”, a Prefeitura Municipal reforça a importância de buscar ajuda diante de qualquer situação de ameaça ou violência. Denunciar pode salvar vidas! Confira os contatos:
(51) 3687-3514 – Secretaria de Cidadania / Coordenadoria da Mulher
180 – Central de Atendimento à Mulher
190 – Polícia Militar
(51) 99572-9145 – Brigada Militar de Arroio do Sal
