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Torres deverá ser a 1ª cidade da região a ter tratamento de esgoto universalizado e com solução inovadora da Corsan
Por Redação Tupancy
Publicado em 02/12/2025 18:20
Litoral Norte
Foto: Divulgação / CORSAN

A Corsan está investindo mais de R$ 44 milhões em obras de ampliação e modernização do sistema de esgotamento sanitário de Torres, que deverá ser a primeira cidade do Litoral Norte a alcançar a meta de universalização deste serviço nas zonas urbanas. O atendimento universalizado do saneamento básico está previsto pelo Marco Legal do Saneamento, que estabelece que, até 2033 90% da população deverá ter acesso ao tratamento de esgoto e 99, à água potável. 

Em Torres, mais de 23 mil residências já contam com a coleta e destinação de resíduos à estação de tratamento da Corsan. Até o final deste ano, o índice de cobertura chegará a 78%. O município desponta na região, também por ter recebido os primeiros investimentos em saneamento básico já na década de 60, abrindo caminhos para o desenvolvimento urbano.

“O conjunto de obras em andamento contempla a implementação de redes coletoras, ramais para ligações domiciliares, construção de elevatórias e a reestruturação da Estação de Tratamento de Esgoto Mampituba, essenciais para melhorar a qualidade de vida das pessoas e a sustentabilidade ambiental na região”, informa a coordenadora de engenharia da Corsan no Litoral Norte, Luísa Stürmer.

 

Procedimentos avançados e inéditos

Entre os principais projetos do plano de expansão do esgotamento sanitário no município, estão a ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Esgoto Mampituba, localizada na Estrada da Salina. O investimento de R$ 24 milhões da Corsan aumentará a capacidade de tratamento e irá aprimorar a eficiência operacional, com destaque para o tratamento terciário. Nesse novo procedimento, que será aplicado pela primeira vez no Litoral Norte, serão utilizadas técnicas de desinfecção avançada, com a remoção de poluentes específicos e equipamentos flutuantes.

A responsável técnica pelas estações de tratamento de esgoto no Litoral Norte, Priscila Baruffi Ribeiro, explica que a primeira fase da obra é voltada ao tratamento biológico, com a adaptação das lagoas que recebem o esgoto bruto. “Essa adequação inédita no Litoral Norte permitirá a modernização do sistema e otimização da operação", diz ela, ressaltando que a ampliação se dá devido aos investimentos em infraestrutura e processos que atendem aos parâmetros ambientais exigidos.

Com capacidade atual de até 215 litros por segundo (o equivalente a 18.576 litros por dia) e preparada para aumentar o volume, a ETE Mampituba passará por ampla transformação. O projeto prevê um novo bloco hidráulico automatizado; unidade de desaguamento de lodo de 20 metros cúbicos por hora; sistema de dosagem de produtos químicos; construção de elevatória e novas tubulações, além do emissário final para destinação do efluente tratado.

 

Equipamentos flutuantes

O sistema de lagoas facultativas de esgoto - que combina processos aeróbios (com oxigênio) na superfície e anaeróbios (sem oxigênio) no fundo para decompor a matéria orgânica – será substituído por lagoas aeradas. Esse sistema de lagoas com aeração amplia a eficiência do tratamento e a nitrificação – que significa a remoção de nutrientes do efluente tratado, especialmente o nitrogênio e o fósforo.

Já foram instalados 39 aeradores do tipo cachoeira, que operam em baixa rotação para incorporar oxigênio à água, flutuando na superfície. A agitação da água e a exposição da superfície ao ar permitem que o oxigênio seja dissolvido no líquido. Esse processo, conhecido como aeração, é essencial para ativação de microrganismos que decompõem a matéria orgânica. 

“Foram instalados também 20 misturadores submersos, para assegurar a homogeneidade em toda a coluna de água, inclusive no fundo”, explica Priscila. Os equipamentos conhecidos como sopradores e os misturadores serão flutuantes, ancorados por cabos de aço nos taludes. “É uma solução que facilita a operação e manutenção”, diz a técnica.

 

Mais de 2,5 mil famílias beneficiadas

Para que mais de 2,5 mil famílias tenham acesso à coleta e ao tratamento de esgoto - que vão se somar às 23 mil que já contam com esse serviço - e desta forma os índices de saneamento básico, saúde pública e desenvolvimento econômico e social em Torres sejam expandidos, a Corsan está investindo R$ 16,3 milhões em redes de recolhimento e ramais para ligações domiciliares em cinco bairros de Torres. Outros R$ 4,5 milhões vêm sendo aplicados em 12 elevatórias de bombeamento do esgoto coletado nas residências para ser enviado à estação de tratamento.

Nos bairros Centenário, São Jorge, Salinas e Engenho Velho, já foram executados 20 quilômetros de extensão de redes, num total de 23,5 planejados. A previsão é de que a etapa de assentamento das tubulações e da construção de ramais, iniciada em junho de 2024, seja concluída ainda neste ano.

A coordenadora de engenharia da Corsan, Luísa Stürmer, observa que, no primeiro semestre de 2026, os moradores desses quatro bairros poderão providenciar as ligações das residências ao sistema, após receberem notificação da Companhia. “Com a conclusão das elevatórias de bombeamento, as redes passam a ter funcionalidade para levar o esgoto coletado até a estação de tratamento”, acrescenta a coordenadora.

Já na Vila São João, as obras ocorrem desde junho deste ano. Os 31,8 quilômetros de tubulações e sete elevatórias de bombeamento em fase de implementação irão atender 1.478 famílias, totalizando o investimento aproximado de R$ 8,8 milhões na localidade. A estimativa é de que a população local terá acesso ao sistema de esgotamento sanitário no final de 2026.

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