O papa emérito Bento XVI, um teólogo alemão que surpreendeu o mundo ao renunciar ao seu pontificado em 2013, faleceu neste sábado (31), aos 95 anos — anunciou o Vaticano.
"Com pesar, informo que o papa emérito, Bento XVI, faleceu hoje às 9h34 no mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano. Mais informações serão fornecidas o mais breve possível", disse o diretor do serviço de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, em um comunicado no Twitter.
O Vaticano anunciou também que o corpo do pontífice emérito será exposto a partir de segunda-feira (2) na Basílica de São Pedro para ser visitado pelos fieis.
Bento XVI estava afastado há quase uma década devido à problemas de saúde. O ex-papa liderou a Igreja Católica por menos de oito anos até que, em 2013, se tornou o primeiro pontífice a renunciar desde Gregório 12 em 1415.
Nascido Joseph Ratzinger na Alemanha, ele tinha 78 anos quando, em 2005, se tornou um dos papas mais velhos já eleitos. Durante grande parte de seu papado, a Igreja Católica enfrentou acusações, reivindicações legais e relatórios oficiais sobre décadas de abuso infantil por padres.
No início deste ano, o ex-papa reconheceu que erros foram cometidos no tratamento de casos de abuso enquanto ele era arcebispo de Munique entre 1977 e 1982.
Saúde debilitada
A saúde do teólogo alemão Joseph Ratzinger se deteriorou nos últimos dias ainda que o Vaticano indicasse, na sexta (30), que o papa estava "estável" e que tinha participado, na véspera, da missa de dentro do próprio quarto.
O funeral do papa de número 265 da história deverá ser celebrado pelo sucessor, o Papa Francisco, em um evento sem precedentes nos 2.000 anos de história da Igreja Católica.
São esperadas dezenas de milhares de fieis, entre eles chefes de estado e líderes de outras religiões.
A morte de Bento XVI põe fim à insólita convivência de dois papas: o alemão Ratzinger, um brilhante teólogo ultraconservador e pouco popular para as multidões, e o argentino Jorge Bergoglio, um jesuíta que tem um papado dedicado aos pobres e aos migrantes.