Não vacinados lideram as hospitalizações e óbitos por gripe. Visual Generation / stock.adobe.com
No mês de julho, o Rio Grande do Sul atingiu recorde de hospitalizações e mortes por gripe. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), até a última sexta-feira (25), foram 2.847 internações e 455 óbitos no Estado por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza – vírus causador da gripe.
O RS vive o pior cenário desde 2009, quando passou pela pandemia de H1N1 (subtipo do vírus influenza A). Os não vacinados lideram as hospitalizações (81,03%) e as mortes (77,36%) em relação aos vacinados.
A baixa adesão à vacinação é apontada como a principal causa para este quadro. Conforme o médico intensivista cooperado da Unimed Porto Alegre Rogério Fernandes, o desinteresse pelos imunizantes é impulsionado por notícias falsas sobre a ineficácia das vacinas. Isso não apenas para a gripe, mas também outras doenças que estavam até então controladas no país, como o sarampo.
— A gripe, como tem uma sazonalidade bem significativa nos meses do inverno, acabou aproveitando desse momento. Foi um prato cheio para o vírus, porque ele encontrou uma população não imunizada adequadamente e conseguiu se espalhar com facilidade — alertou.
Grupo de risco
Entre os mais atingidos pelo vírus estão crianças, idosos e gestantes. O médico pneumologista cooperado da Unimed Porto Alegre Gustavo Chatkin explica que esses grupos são os mais vulneráveis às infecções virais respiratórias devido sua baixa imunidade. As crianças estão em fase de formação imunológica, enquanto os idosos já apresentam um sistema mais fragilizado.
— Existe uma circulação grande de pessoas em ambientes escolares, locais de trabalho e clínicas geriátricas. Isso, somado à alta transmissibilidade da influenza, facilita a disseminação. É comum que crianças saiam da escola ou creche e levem o vírus para casa. Às vezes, os avós acabam cuidando dos netos que estão doentes e acabam se contaminando com a doença.
Devido a mudanças hormonais e fisiológicas, mulheres grávidas também têm a imunidade reduzida durante a gestação, aumentando a possibilidade de adoecer.
— Essa condição as torna mais vulneráveis a infecções graves, como demonstrado no surto de H1N1 em 2009 — reitera Fernandes.
Pacientes com doenças crônicas como enfisema, bronquite, asma e aqueles em tratamento oncológico, como quimioterapia, também estão mais expostos.
— Essas pessoas acabam tendo a imunidade comprometida e maior risco de desfechos graves por infecções. O contato com fumantes (inclusive de cigarros eletrônicos) aumenta a chance de crianças e adultos desenvolverem infecções respiratórias, tanto virais quanto bacterianas — ressalta Chatkin.
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde (SES)Andressa Costa / Conteúdo de MarcaComo se prevenirA vacina é indispensável para proteção contra o vírus da gripe. No entanto, outras medidas podem ser adotadas para prevenir a doença. O médico intensivista Rogério Fernandes reitera que é crucial adotar medidas de proteção individual e coletiva, especialmente em períodos de alta incidência da doença. — Podemos adotar os mesmos hábitos de higiene que utilizamos durante a pandemia de Covid-19, como lavar as mãos, usar álcool em gel e utilizar máscara. Para quem usa o transporte coletivo e está com algum sintoma do vírus, recomendamos o uso de máscara no trajeto, além da higiene das mãos. Se precisar frequentar ambientes públicos, tente ficar o mínimo possível e usar a máscara. Atenção aos sintomasA gripe é uma infecção viral que pode evoluir para quadros graves, especialmente em grupos de risco. Os principais sintomas são: FebreTosseDor de gargantaDor no corpoDor de cabeçaEm idosos, pode haver febre baixa e ausência de alguns sintomas típicos, o que exige atenção redobrada.Fonte: Secretaria Estadual da Saúde (SES) Cuidado redobrado Além da vacinação, há outras medidas de proteção contra o vírus influenza. Confira: Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel, principalmente antes de consumir algum alimento;Evite aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados);Evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca;Mantenha os ambientes bem ventilados;Evite contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir;Utilize lenço descartável para higiene nasal;Adote hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos;Evite sair de casa em período de transmissão da doença.Fonte: Secretaria Estadual da Saúde (SES)
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